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19 de Abril de 2024

Solange Couto, depois de interpretar 25 empregadas domésticas, denuncia racismo

A atriz utilizou a campanha “Senti na Pele”, que reúne relatos de preconceito no mês da Consciência Negra, para criticar o racismo e os estereótipos que se perpetuam na teledramaturgia brasileira

Publicado por Thays Oliveira
há 8 anos

Solange Couto depois de interpretar 25 empregadas domsticas denuncia racismo

Há mais de 30 anos na TV, a atriz Solange Couto, de 59 anos, já interpretou uma série de personagens. A carreira de sucesso da atriz, no entanto, esbarra em uma questão estrutural do país que é ainda mais perpetuada com a influência das telenovelas: os estereótipos de classe social e o racismo. Dos 37 papéis que interpretou em novelas e mini-séries, 25 deles deram vida a empregadas domésticas ou escravas. O número foi divulgado pela própria atriz em uma foto publicada pela campanha “Senti na Pelé”, que reúne relatos de racismo e preconceito no mês da Consciência Negra.

“37 papéis, 25 negras/escravas, 5 dançarinas, 7 não estereotipadas”, escreveu no cartaz em que posou para a foto do ator Ernesto Xavier, um dos idealizadores da campanha.

Em entrevista a Xavier, Solange disse que, apesar do racismo, interpretou suas personagens “magistralmente bem”, mas que nunca tinha parado para analisar os números.

“Eu não tinha percebido que só cinco de trinta e sete personagens eram pessoas médio ou bem posicionadas no mundo. Só essas 5 teriam de verdade o seu lugar no mundo? Uma posição bem vista, que poderia comprar uma joia ou aquele vestido? É triste”, disse.

Fonte Revista Fórum

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11 Comentários

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Depois de ganhar um belo dinheiro com todas essas personagens ela se deu conta que estava sofrendo racismo, estranho! continuar lendo

Infelizmente, meu caro, o racismo atualmente se apresenta de forma tão velada que nos custa perceber atitudes preconceituosas para com as pessoas. Acho que quando lemos ou vemos esse tipo de coisas por aí, o desejo é que fique ao menos o sentimento de reflexão. Talvez eu ou você nunca tenha sido alvo de um preconceito, mas há muitas pessoas sofrendo dia após dia, e principalmente porque nos utilizamos de discursos tão corriqueiros, no qual o racismo e zilhões de outros preconceitos se atrelam à eles desapercebidos. Olhar uma notícia como esta e ter somente a reflexão que você teve, é realmente preocupante. Não que você deva concordar comigo ou que sua opinião esteja errada. Só acho que o racismo e tantos outros preconceitos devem ser combatidos, independente se a pessoa demorou tempos sem perceber ou percebeu e nunca se pronunciou. Se colocar no lugar do outro, acho que é o grande começo pra se mudar tantas injustiças vistas por aí. continuar lendo

Perfeito Thays, o racismo deve ser combatido, assim como qualquer tipo de preconceito. Quanta ao meu foro íntimo, se já sofri ou não algum tipo de preconceito, isso não vem ao caso, por que não é o que está sendo debatido.

Agora, uma atriz, aceita todas os papéis que aceitou, ganhou dinheiro com isso, ganhou bem mais que um trabalhador comum que percebe R$ 788,00, e agora vem dizer que só depois de anos percebeu que estava sendo discriminada? Então você se chama Rodrigo Santoro, só pega papéis de latinos em Hollywood por que, de fato, você é latino, ganha uma bolada com isso e vem dizer que a indústria do cinema é racista? Menos vitimismo, ninguém aguenta mais isso no Brasil. Realmente, não preciso concordar com sua opinião e nem com a de ninguém, e jamais vou concordar com esse vitimismo que se instaura através das redes sociais no Brasil, não acredito em ser vítima e sim protagonista da sua própria vida.

E pense no seguinte: Também é bastante preocupante uma futura operadora de direito ler uma matéria destas e não saber filtrar o que é de fato racismo, injúria racial ou mero oportunismo de alguém usando um tema de extrema importância social pra permanecer ou voltar para a mídia. Mais senso crítico e menos sentimentalismo faz bem a qualquer profissional.

Ps: Eu me coloquei no lugar dela sim, o que eu ganho por ano ela deve ganhar pra aparecer no Faustão domingo e chorar no "Arquivo Confidencial"! Questão: ela se coloca no lugar dos milhares de brasileiros negros, pobres, drogadas e etc. que, de fato, sofrem injúrias raciais todos os dias no subúrbio e na "zona sul"? Uma coisa é um gerente de um bar dar banana à entregadores no dia da Consciência Negra, outra coisa é uma atriz querer pagar de coitada depois de anos vivendo às custas do sistema que agora critica. continuar lendo

Apenas mais uma pergunta: Você sabem quem é dono da revista que publicou a matéria que você replicou aqui, não sabe? Um conselho, se é que posso me dar à esse luxo: cuidado com as fontes das quais você consome informação! continuar lendo

Entendi perfeitamente sua colocação e em partes concordo com você. O ponto em que eu quis colocar é que não devemos julgar as pessoas pelo fato de ter passado anos ganhando dinheiro (que não é pouco comparado à grande massa), e só agora vir à tona demonstrar o assunto. Se ela quis se aparecer ou não, isso é uma outra questão. Se é mais relevante ou não à outros temas, como você bem colocou (a entrega de bananas pelo gerente aos funcionários negros na Tijuca), isso também, acredito eu, não ser o ponto principal, ambos devem ser discutidos porque se trata de discriminações atreladas a cor, etnia, classe social... e por aí vai. INDEPENDENTE de ter condições financeiras e oportunidades a mais que outras pessoas, não desmerece o fato de que o racismo existe e escraviza a quem ele se determina.

A minha interpretação da notícia é de que independente de quem esteja colocando a tona um problema sério e que presenciamos diariamente, ele deve ser discutido. Me revolta demasiadamente ver de perto amigos e não conhecidos sofrendo racismo, injúrias, pelo simples fato da cor da pelé. Me revolta ver notícias de atitudes estúpidas do ser humano em entregar bananas no Dia da Consciência Negra. Me revolta assistir novelas e presenciar a o negro ocupando os lugares de bastidores (empregados domésticos, criminosos, etc.) o que demonstra realmente a realidade. O negro não tem oportunidades de ascensão comparado a uma pessoa branca. Você deve saber disso. Me revolta o preconceito velado em todos os âmbitos, seja ele de forma direta e escancarada ou na peculiaridade de papéis de artistas na televisão.

Ao ler a notícia retrocitada, percebo que a atriz em questão utilizou o caso dela para CRITICAR o racismo e seus estereótipos na dramaturgia brasileira. O que pra mim, é de fundamental importância e não vitimismo como você citou, já que a mídia e todos os canais de comunicação atingem uma grande massa da população. Sendo assim, ela possui grande responsabilidade como formadora de opiniões. Já basta a ideia de acharmos que lugar de negro é no banco dos réus ou somente nos bastidores.

Dizer que a minha revolta é mero sentimentalismo, é realmente julgar algo sem antes conhecer. Espero de verdade que as pessoas tenham mais sensibilidade em qualquer profissão e que seja levada para vida delas também. Prefiro ter essa visão e me sensibilizar com as campanhas e todas lutas contra o racismo, do que ficar julgando assuntos não relevantes e tapar os olhos para o que realmente deva ser discutido.

Sobre o dono da revista, realmente não sei quem é. Acredito que para esta notícia, isso não vem ao caso. Não sei a Revista Fórum está em algum plano das "revistas que não se deve ler", no qual agradeço o conselho. Entretanto, reafirmo: ao ler tal notícia a minha reflexão é algo que eu procuro ter, independente de ser ouvida em uma conversa na rua ou ler em tal revista. Temos sim que ter cuidado com a mídia e todos canais de comunicação, como citei acima, eles possuem grande responsabilidade para formação de opinião.

Sem mais delongas, espero que tenha entendido meu posicionamento, momento algum quis colocá-lo como verdade absoluta. Sempre é bom ter pensamentos diferentes e discutí-los, desde que eles tenham fundamentos. continuar lendo

Não estou julgando quem ganha dinheiro e só agora vem demonstrar o assunto, só estou dizendo que é muito cômodo utilizar-se da benesse e depois vir a criticar exatamente aquilo que lhe forneceu vantagem. Se ela se sentiu oprimida, nunca mais aceite papéis nesse sentido, mais aí você corre o risco de ter a quantidade de trabalhos diminuído, coisa que duvido muito que um artista faça, salvo raríssimas exceções.

Quanto à fonte da notícia, vem ao caso sim, existem muitas mídias partidárias no nosso país hoje em dia, em verdade, atualmente a coisa mais importante ao se consumir notícia é se procurar saber a fonte, e quem sustenta essa fonte.

Odeio citações, mas vai uma pra você:

“Se você não for cuidadoso, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo.” Malcolm X continuar lendo

Não quis falar que não é importante, claro que é. Mas me refiro a esta noticia em específico. O conteúdo dela me interessa e é algo que eu me filio: combate ao racismo e qualquer preconceito, independente do cunho político e partidário que esteja ligado. Não me contamino com politicagem, e agradeço de verdade a sua colocação.

PS: Gostei da citação, resume muito bem o cunho de discussão que quis perpassar. continuar lendo

Porque aqui usam tanto "pelé" em vez de pelé ? acredito ser algum erro do site, vez que na noticia original a palavra está grafada corretamente. continuar lendo

pensei a mesma coisa, até pesquisei pra ver se eu não estava enganado e tinha mudado a grafia no Acordo Ortografico. continuar lendo

Realmente deve ser alguma configuração do site. continuar lendo

Até no meu comentário rs continuar lendo